123 DE OLIVEIRA BLOG

sábado, 12 de junho de 2010

Feliz Dia dos Namorados

Ao sentar no parque, Jorge olhou pro lado e só viu casais. Contou uns 20 e não era mentira... Pra não dizerem por aí que é impossível, chegou sim, a ver uma menina sozinha mas que não demorou nem 2 minutos para receber a beijos gulosos o seu namorado.

Na ponte, Nos bancos, nos caminhos, tirando fotos na árvore, no lago, com as flores, com nada... Ele estava cercado de uma atmosfera aconchegante e agradável... Não se sentiu bem, mesmo sabendo que tudo aquilo era honesto, bonito, ingênuo e genuíno no mesmo grau. Não teve como não pensar em Menina (Nome genérico, representativo de uma generalidade feminina encantadora que passa pela vida de um homem de maneira avassaladora).

Jorge só não estava sozinho no banco, porque um outro casal não se importou com sua solidão na hora de escolher seu lado como ninho, se beijavam, carinhavam e falavam besteiras, não fazendo idéia de que um dia a existência de Jorge se tornou absoluta na forma daquele ser humano magro, de suéter azul e pasta no colo, calças confortáveis e tênis antigos, que “machucam menos”...

Sempre um estilo confortável, condizendo com sua opção de vida, opção essa que lhe trouxe até ali. A liberdade.


"Liberdade de merda"

Pensou ele.

Sem razão qualquer, começou a olhar casal a casal, e com suas próprias convicções de vida, invadiu cada beijo, abraço, carinho, frase, brincadeira e decidiu se era certo ou não, deu as durações, número de brigas, de términos, os porquês, quem estava certo, quem estava errado e quem como ele, por opção, estaria ali, sentado, sozinho, num parque em pleno Dia dos namorados.


"Minha opção"

Mais uma vez em silêncio.


E uma mexida na sobrancelha causava um desastre na vida do casal da escolhido... Traições, interesses, viagens, estudos, trabalhos, cada um um motivo, cada motivo um fim. Doloroso, ou não, um fim. Pra que ele começasse nova destruição.

Passou ali o dia inteiro agorando relacionamentos, sentindo um frio em dobro destruíndo suas veias.


“GRANDES TOLOS!”

Acabou gritando num movimento rápido enquanto se levantava.


E ao perceber que ninguém lhe de atenção,

Foi embora pra casa.

Por opção.